quarta-feira, 13 de maio de 2015

Fecho os olhos e vejo além de nos, além do abstrato visual. Vejo dois caminhos que quando cruzados traçam uma linha que pode ser vista através dos escombros das nossas vidas. Quando sua linha do coração liga com a minha, as fantasias do circo da vida ali não habitam. Correm noites, luas e amanhas. Correm até nossas esperanças nas negaças da vida, todavia o fundo de nós dois permanece impermeável, nosso, único. A vida precisava de eufemismo antes de você, antes da razão e do espírito vistoso que a o lado turvo da existência nos trouxe.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

A ultima?

Eu sinto como se errasse todos os dias. É o meu clichê. São como fleches de memórias nunca vividas, são confusões ilegíveis. 
A sede por liberdade, a busca por ser verdadeiro ‘eu’ escondido em meio as mascaras impostas pela sociedade. 
Gosto do anormal, do esquisito, fora do cotidiano... Talvez esse seja meu maior erro: Procurar nos outros um pouco de mim. 
 Ser a fuga, a música na estrada e o alivio pela manhã depois de uma noite triste.  
A dor daqueles que transbordam e sentem o mundo como ele realmente é. Está escrito isso nos teus olhos cor de bronze. 
Se escrevo essas linhas tão depressa, é por medo de perder a mim mesma. 
Os círculos, as estrelas, o céu... Inquietação. 
 Te abraçar em meio a neblina que carrega dentro do teu peito... Tua doença, tua carne. 
Já reparou nas pessoas? O mundo é tão só. São ruínas dentro de você. 
Sonhemos com o nosso melhor tempo, com a nossa melhor musica. 
Você despertou o melhor de mim. 
Tem algo no fundo de mim que brota, cresce, grande, farto, buscando sair. Sensatez zero! Transmutar. Corpos cansados em almas sem peso. Onde o mundo é mais largo e mais vivo.
Te morder a meia luz. 
Dante dizia: ‘’O amor feminino dura pouco, / se não for conservado aceso pelo olhar e pelo tacto do homem amado.’’  
Você seria a outra versão de mim, a luz no meu quarto escuro. É assim olhar nos teus olhos, um remédio para as feridas mais profundas. 
Você está preparado para sentir isso? Sentir o arrepio das tardes de chuva, o toque gelado do meu abraço.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Somos nosso fim

E quando seu relógio da vida parar, você deixou um legado no mundo? Sempre pensei muito nos fins... Fim do dia, da fase, do ano. Sempre refleti muito para onde vão nossas coisas quando não estivermos mais aqui na terra, não digo só coisas matérias que acabamos associando ao nosso corpo, mas sim para onde vão nossas memórias. 
É possível observar deveras nossos danos que não são curados adequadamente pois novos danos surgem tão depressa que não temos tempo para esse reparo. Vivemos em completa correria: estude, trabalhe, case, tenha filhos e morra. Será que já nos perguntamos se é realmente esse legado que queremos para nossa breve jornada? Chega a ser medíocre as imposições que aceitamos sem ao menos olharmos um pouco para nos com um pouco mais dessa calma tão ilegível. Chega a ser triste como aceitamos essa nossa vida rotulada e vista como o padrão certo para todos, ou o padrão que julgamos ser o certo. 
Queria chegar ao ponto de ter coragem e admirar o meu único ponto de vista, o ponto de vista apenas nosso, onde indivíduo algum tem contato. Não queria tornar esse sobro do acaso em um grande desperdício de fins, onde nunca se tem controle do que é e do que se pode ser. 

terça-feira, 5 de maio de 2015

Aurora

Você está sempre a se por, como uma lembrança que nunca mais vai voltar, uma ferida aguda, ilegível, que pode ser sentida ao olhar um passado presente. Somos a metade de um todo que ainda não acabou, que não pode acabar, algo que evito pensar. Ao colocar na memória, o quebra cabeça que somos, sinto medo, nostalgia, as vezes orgulho... Olhar o antes é como chorar e ser feliz outra vez. Te deitar em meus medos e fazer um dia você entender um pouco do que sou. Como um anel do humor, que indica suposições ilegíveis. Um acaso, uma pedra no destino, que não pode ser rolada escada abaixo, pois a mesma já ocupou um espaço que deixa marcas por onde passa, uma bomba em meu peito, que quando tocada, quando lembrada, causa uma dor boa. Falo de você como se não existisse mais o nos, entretanto, a nossa faísca se tornou fogo, um fogo que arde e coroe, mas nutre. Penso em sumir, em correr de tudo, de mim. Mas penso, com total clareza nessas frases, marcas, lugares, luzes, beijos... Você é meu dano permanente, meu filme da vida real. Passo dias, horas pensando em te ligar, pra dizer que somos um, apesar das tantas barreiras que a vida nos da. Sempre seremos, pois arranhões no coração, pouco se arrumam com o tempo. Quero que saiba, que a lembrança que sua fisionomia me remete, é de tanto esmero, tanto amor. Um amor nunca sentido por ser algum, pois vivemos em completas ilusões, você já viveu tanto ilusões, se jogar em incertezas e ter medo de mudanças, zona de conforto. Sinto falta de rosas, romantismo, cartas. Você não, você é uma incógnita. Uma incógnita que me faz querer te salvar, mesmo minha vida sendo um completo dilúvio... Mostrar-te, as profundezas da alma, do corpo, do sentir. Livres, como viemos e vamos. Querer que você seja, além da preguiça, das coisas banais, da perdição, além de um menino com olhos da cor do bronze. Amei você, mas não por fora, como amam os bárbaros, mas amei uma luz, uma luz que você não conhece, que você nem imagina que existe, pois ao olharmos uma árvore, sabemos que a mesma é uma árvore; ao olharmos para nos mesmos, não temos idéia do que vemos. Você não tem idéia do que pode ser, do que és. A luz que ilumina meus olhos, e que me faz chorar quando se apaga. Poderia ser, como fui, alguém que não da importância para obter lucros. Mas prefiro regar, para obter frutos. Você é a falta das manhãs de segunda, as luzes na cidade, a chuva na janela, o gosto do novo e acima de tudo, a trajetória para o amanhã. Esse texto pode ser lido, em qualquer momento das nossas vidas, pois mostra um passado, um presente e um futuro. 

A graça da inspiração

                ''Eu queria que minha janela desse vista para sua porta ou que a minha esquina desse para o seu quarteirão'', onde aquele ar de felicidade se manteria por longos prazos, podendo me causar aquele ponto agudo de emoção, ocasionado pelo vento das noites em que a brisa esbarrava em nossos corpos como um aviso de lugar certo. ''As vezes penso que as pessoas não tem ideia de como sua alma é incrível e eu quero amputar as mãos sujas do mundo para que nunca toquem em você''. Eu gosto de como sorri para o escuro e como se expressa abrindo caminhos na minha cabeça e em meu coração... ''Ouvir você dizendo meu nome com esse sotaque carregado de sono é como sentir um abraço depois de seis meses em uma solitária.''
                Anseio pelo seu beijo agora, mas não  como clamo em tê-lo todas as manhãs. Apesar dos duros dias sem a presença dos teus enleios, aguardo por você em momentos do agora, ao olhar para o céu e querer compartilhar contigo as mudanças que passam e nosso vulgar tempo corta nossas asas. Ajoelhamos para as migalhas da vida, não tragamos e aproveitamos os avessos e possibilidades. Gosto de te olhar com calma, destreza, simetria. 
                           Quando penso em despedidas, me recordo dos teus tantos encantos, conexões e os seus olhos cruzando os meus entre tantos goles, desencontros e acasos que se unem, formando então um mistério que escorre em nossas artérias.
                           
                            Ontem cantei nós em versos, queria eternizar a combinação de nossos nomes no ar. Te tirei para dançar e colhi outra vez da tua nostalgia. Que estranho pertencer tento a um único sonho... Tantas datas futuras e passadas.
             
                            Não me atrevo a querer sintetizar em palavras quem somos, pois mesmo nossa carne sendo insignificante quando comparada ao universo, nossos laços terrenos fazem nossa breve passagem valer a pena. Agradeço a essas tantas inspirações, mas nunca um dia irei ousar tentar explicar essa força maior que o peso de nossas almas.